A REVOLUÇÃO PROTESTANTE: CAUSAS COMO PROPOSTA DE TRANSFORMAÇÃO DA IGREJA
Fala-se muito sobre o termo reforma protestante, no entanto, se reforma aquilo que já existe, por isso, usamos o termo revolução em vez de reforma já que a proposta inicial de Lutero era reforma a ICAR, mais não obteve sucesso, pelo contrário, foi excomungado da igreja. Destarte, o trabalho de Lutero impulsionou o surgimento de muitas igrejas que a partir de então passaram a discordar da Igreja Católica fazendo assim uma revolução em vez de uma reforma propriamente dita.
Essa revolução não aconteceu do nada, inúmeros motivos fizeram com que a revolução de fato acontece e os motivos estavam relacionados com os aspectos políticos, econômicos e claro, teológico. “O fator político pode ser considerado uma das causas indiretas importantes para a eclosão da reforma”[1]. Havia uma resistência na região noroeste da Europa contra à ideia de igreja universal, essas novas nações-estado não queriam aceitar a liderança absoluta da igreja romana como se ver no caso de Henrique VIII que rompeu com a igreja devido seu pedido de divórcio que passaria a ser uma discussão do clero local em vez da igreja romana decidir[2].
Outra questão importante que eclodiu foi a economia, pois as terras pertencentes a Igreja Romana na Europa ocidental passou a chamar a atenção das novas nações-estado, o clímax se deu pelo abuso do sistema de indulgências que beneficiava a Igreja Romana e deixava a Alemanha cada vez mais pobre[3]. Sem dúvida, a venda de indulgências para a construção da Basílica de São Pedro foi o rolo compressor que motivou Lutero a escrever as 95 teses.
Outro fator não menos importante é o teológico, como com a venda de indulgências, passou-se a oferecer a salvação por meio das obras. “O grande questionamento que movia Lutero era a questão da venda de indulgências, isto é, a Igreja pedia doações em dinheiro em troca de perdão pelos pecados”[4]. Lutero entendia que a salvação era garantida e mantida apenas pela fé e não pelas obras.
[1] CAIRN, E. E. O Cristianismo através dos séculos: uma história da igreja cristã. 3ª ed. São Paulo: Vida Nova, 2008, p. 252.
[2] CAIRN, 2008, p. 252.
[3] CAIRN, 2008, p. 252-254.
[4] Disponível em: mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/reforma-protestante.htm. Acesso em: 24 de outubro de 2022.
Professor Ulicélio Valente de Oliveira